JERUSALÉM (Reuters) - Israel deu mais um passo neste domingo para tornar realidade um plano de assentamentos em uma área sensível próxima a Jerusalém Oriental, em uma medida que os críticos afirmam estar sendo levada a cabo antes que o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, tome posse.
Em seu site, a Administração de Terras de Israel convocou empreiteiras a participarem de licitação para a construção de 1.257 casas em Givat Hamatos, segundo um plano revivido em fevereiro pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que anteriormente havia sido congelado pela oposição internacional.
A licitação termina em 18 de janeiro, disse a agência israelense, dois dias antes de Biden ser empossado para substituir o presidente Donald Trump, cujo governo apoia o assentamento israelense em terras ocupadas que os palestinos reivindicam para criação de um Estado.
Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, disse em comunicado que os assentamentos são ilegais sob a lei internacional e que a licitação faz parte dos esforços israelenses "para acabar com a solução de dois Estados apoiada internacionalmente".
Os oponentes ao projeto dizem que ele separaria áreas de Jerusalém Oriental da cidade palestina vizinha de Belém, na Cisjordânia, uma questão levantada pelo chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, dizendo que estava "profundamente preocupado" com a licitação.
"Este é um local chave entre Jerusalém e Belém, na Cisjordânia ocupada. Qualquer construção de assentamento causará sérios danos às perspectivas de um Estado Palestino viável e contíguo", disse Borrell em um comunicado.
A agência israelense não deu data para o início das obras.