JERUSALÉM (Reuters) - Israel confirmou nesta quinta-feira que planeja se apropriar de uma grande faixa de terra fértil na Cisjordânia ocupada, uma área próxima à Jordânia, numa medida que deve agravar as tensões com seus aliados ocidentais e já condenada pela comunidade internacional.
Em um email enviado à Reuters, uma unidade do Ministério da Defesa israelense disse que a decisão política de tomar o território foi tomada e "as terras estão no último estágio para serem declaradas terras do Estado".
A apropriação, noticiada pela primeira vez pela Rádio do Exército de Israel, cobre 154 hectares de terra no vale do Jordão, perto de Jericó, uma área na qual Israel já possui muitas fazendas de assentamentos montados em território que o palestinos buscam incorporar a um Estado próprio.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, emitiu um comunicado na quarta denunciando a apropriação da terra, a maior na Cisjordânia desde agosto de 2014.
"Atividades de assentamento são uma violação da lei internacional e vão contra os pronunciamentos públicos do governo de Israel apoiando uma solução de dois Estados para o conflito", disse Ban em um comunicado.
A terra, já parcialmente cultivada por colonos judeus em uma área sob controle civil e militar de Israel, está situada perto da ponta norte do Mar Morto.
Os palestinos denunciaram o plano de apropriação na quarta-feira.
Os Estados Unidos, cujo embaixador irritou Israel nesta semana com críticas à política israelense em relação à Cisjordânia, disseram, ainda na quarta, que se opunham firmemente a qualquer medida adicional para acelerar a expansão dos assentamentos.
"Acreditamos que sejam fundamentalmente incompatíveis com uma solução de dois Estados e colocamos em dúvida, francamente, o compromisso do governo israelense com uma solução de dois Estados", disse o vice-porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Mark Toner.
(Reportagem de Maayan Lubell)