Por Ali Sawafta
VALE (SA:VALE3) DO JORDÃO, Cisjordânia (Reuters) - Israel demoliu a maior parte de um vilarejo beduíno na Cisjordânia ocupada, desalojando 73 palestinos --entre eles 41 crianças-- na maior demolição do tipo em anos no dia da eleição presidencial norte-americana, disseram moradores e uma autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU).
Casas feitas com barracas, abrigos de animais, latrinas e painéis solares estavam entre as estruturas destruídas no vilarejo de Khirbet Humsah na terça-feira, de acordo com o funcionário da ONU.
A Cogat, agência de ligação militar de Israel com os palestinos, confirmou que uma demolição foi realizada no que descreveu como estruturas ilegais.
Até a manhã desta quinta-feira, os moradores já haviam retornado ao local, usando barracas doadas por grupos de assistência palestinos, segundo uma testemunha da Reuters.
Os restos do vilarejo demolido se espalhavam pelas encostas das colinas, e só duas das casas originais permaneciam de pé a alguma distância das outras.
"Eles querem nos expulsar da área para que colonos possam viver em nosso lugar, mas não sairemos daqui", disse o morador Harbi Abu Kabsh, referindo-se aos cerca de 430 mil colonos israelenses que vivem ao lado de 3 milhões de palestinos na Cisjordânia.
Na quarta-feira, a Cogat emitiu um comunicado dizendo que uma "atividade de aplicação da lei" foi realizada por forças israelenses "contra sete barracas e oito currais que foram construídos ilegalmente em um campo de tiro localizado no Vale do Jordão".
(Por Ali Sawafta, Rami Ayyub e Stephen Farrell)