Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - Israel emitiu um relatório neste domingo defendendo que a sua ofensiva na Faixa de Gaza em 2014 foi lícita, uma medida que tenta enfraquecer a divulgação dos resultados de um inquérito de crimes de guerra da Organização das Nações Unidas que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou como um desperdício de tempo.
O relatório de 277 páginas, que citou investigações internas de Israel e declarações de líderes ocidentais que apoiam o direito de Israel à autodefesa, sugere que o governo Netanyahu espera acalmar as críticas do inquérito do Conselho de Direitos Humanos da ONU com antecedência.
Considerando o conselho tendencioso, Israel boicotou seus investigadores como fez com aqueles que investigaram sua ofensiva em Gaza em 2008 e 2009. O relatório da ONU acusou Israel de crimes de guerra.
Lançada em julho do anos passado, após uma onda de ataques de foguetes do Hamas e outros grupos armados palestinos, os 50 dias de bombardeios de Israel, com ataques aéreos e incursões terrestres no enclave, matou mais de 2.256 palestinos, incluindo 1.563 civis, afirmou um relatório da ONU em março.
Do lado israelense, 67 soldados e seis civis também morreram no conflito.
O novo relatório do governo israelense contestou os números da ONU, dizendo que 36 por cento dos palestinos mortos eram não combatentes e que muitos militantes palestinos foram erroneamente identificados como civis.
"Ferimentos à população civil também ocorreram como resultado de infelizes, ainda que legais, efeitos incidentais da ação militar legítima nas imediações de civis e seus arredores, como resultado da inescapável condição de comandantes não serem infalíveis, de a inteligência não ser perfeita e de sistemas tecnológicos que às vezes falham", disse o documento.