Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - Israel afirmou nesta sexta-feira ao órgão de vigilância nuclear da ONU que prefere uma resolução diplomática para resolver o impasse sobre o programa nuclear do Irã, mas alertou que pode tomar uma ação independente, reiterando uma ameaça velada de longa data de lançar uma guerra preventiva.
A advertência ao chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, ocorreu após apelos das potências ocidentais ao Conselho de Governadores da AIEA para repreender o Irã por não responder a perguntas sobre vestígios de urânio em locais não declarados.
Essa disputa complicou ainda mais as tentativas infrutíferas dos negociadores de retomar um acordo nuclear com o Irã de 2015, que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump abandonou em 2018.
Desde a saída de Washington e sua reimposição de sanções contra o Irã, Teerã - que diz que seus projetos nucleares são pacíficos - intensificou o enriquecimento de urânio, um processo que poderia produzir combustível para bombas.
O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, "enfatizou (para Grossi) a importância de o Conselho de Governadores da AIEA entregar uma mensagem clara e inequívoca ao Irã em sua próxima decisão", disse um comunicado do gabinete de Bennett.
"Embora prefira a diplomacia para negar ao Irã a possibilidade de desenvolver armas nucleares, Israel se reserva o direito de autodefesa e ação contra o Irã para interromper seu programa nuclear se a comunidade internacional não o fizer dentro do prazo relevante", acrescentou, sem dar detalhes.
Grossi disse no Twitter que visitou Israel a convite e "ressaltou (a Bennett) a importância das salvaguardas da AIEA e do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) para a paz e a segurança globais".