Por Maayan Lubell e Nidal al-Mughrabi
JERUSALÉM/CAIRO (Reuters) - Israelenses e palestinos estão sinalizando novos esforços para buscar um acordo de cessar-fogo, o primeiro em um ano, para interromper os combates em Gaza e devolver a Israel pelo menos alguns dos 100 reféns ainda mantidos no enclave palestino.
O otimismo cauteloso surge no momento em que Jake Sullivan, assessor de segurança nacional do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mantém conversações com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Israel na quinta-feira, antes de ir para o Egito e o Catar, co-mediadores com os EUA em um acordo.
Um diplomata ocidental na região disse que um acordo israelense com o grupo militante palestino Hamas estava tomando forma, mas provavelmente seria limitado em seu escopo, envolvendo a libertação de apenas alguns reféns e uma breve pausa nas hostilidades.
Basem Naim, uma autoridade sênior do Hamas, afirmou que qualquer autoridade dos EUA teria que aplicar "pressão real" para fazer com que Netanyahu e seu governo aceitem a proposta de trégua dos EUA de 2 de julho e a resolução da ONU que o Hamas disse ter aceitado sozinho.
Essa trégua seria apenas a segunda desde o início da guerra em outubro de 2023. Ela também permitiria a libertação de prisioneiros palestinos mantidos por Israel.
O chefe da agência de inteligência israelense Mossad, David Barnea, reuniu-se com o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, em Doha, na quarta-feira, para discutir um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, disse uma fonte informada sobre a reunião.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou ao seu colega norte-americano Lloyd Austin em uma ligação telefônica na quarta-feira que agora havia uma chance de um acordo que permitiria o retorno de todos os reféns, incluindo sete cidadãos americanos, segundo o gabinete de Katz.
Qualquer coisa além de uma trégua limitada continua improvável enquanto os dois lados mantiverem as exigências que prejudicaram várias rodadas de negociações fracassadas.
O Hamas quer o fim da guerra antes que todos os reféns sejam libertados, enquanto Israel diz que a guerra não terminará até que os reféns retornem e o Hamas não governe mais Gaza ou constitua uma ameaça aos israelenses.
"Desde o primeiro dia de negociação, nossa decisão foi clara: o fim da guerra contra nosso povo e a troca de prisioneiros. Para conseguir isso, mostramos toda a flexibilidade e positividade necessárias e os mediadores são nossas testemunhas disso", disse Naim à Reuters.
A guerra começou depois que homens armados do Hamas invadiram comunidades israelenses em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e levando cerca de 250 reféns ao enclave, de acordo com os registros israelenses.
Desde então, as Forças Armadas israelenses arrasaram áreas de Gaza, matando cerca de 45.000 palestinos, expulsando quase todos os 2,3 milhões de habitantes de suas casas e causando fome e doenças, segundo autoridades de saúde palestinas.