Por Dan Williams
JERUSÁLEM (Reuters) - O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, indicou nesta terça-feira uma prontidão para intensificar o confronto de Israel com o Irã e reiterou que seu país não se ateria a nenhum novo acordo nuclear iraniano com potências mundiais.
Negociações indiretas começarão no dia 29 de novembro visando reativar o acordo de 2015, que o ex-presidente norte-americano Donald Trump abandonou por considerar insuficiente para encerrar projetos com potencial para a criação de bombas, uma opinião compartilhada pelos israelenses.
Desde o rompimento dos Estados Unidos, o Irã, que nega buscar armas nucleares, viola o acordo ampliando o enriquecimento de urânio.
Bennett, que assumiu o cargo em junho, disse em um discurso que o Irã está no "estágio mais avançado de seu programa nuclear".
Embora seu governo tenha dito anteriormente que estaria aberto a um novo acordo nuclear com restrições mais duras ao Irã, Bennett reafirmou a autonomia de Israel para agir contra a República Islâmica.
"Enfrentamos tempos complicados. É possível que haja disputas com os melhores de nossos amigos", disse ele em uma conferência televisionada sediada na Universidade Reichman.
"Em todo caso, mesmo que haja uma volta a um acordo, Israel, é claro, não é uma parte do acordo e Israel não tem obrigações com o acordo."
Sem chegar a ameaçar uma guerra explicitamente, Bennett disse que tecnologias cibernéticas e o que considera vantagens de Israel por ser uma democracia e ter apoio internacional podem entrar em jogo.
"O Irã é muito mais vulnerável do que se costuma pensar", disse.