JERUSALÉM (Reuters) - Parlamentares israelenses aprovaram a dissolução do Parlamento no começo da quinta-feira (horário local), colocando o país a caminho de uma segunda eleição em meses depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fracassou em formar uma coalizão de governo antes do prazo estabelecido para a meia-noite da quinta-feira.
É esperado que o novo pleito, que será o segundo no ano, aconteça em setembro. O fato representa uma comoção sem precedentes, segundo observadores, mesmo em um país acostumado com conflitos políticos internos, além de representar uma derrota para Netanyahu, que havia saído vitorioso nas últimas eleições no dia 9 de abril.
A votação do Parlamento, que acabou em 74 a 45 votos favoráveis à dissolução, aconteceu poucos minutos após o término do prazo para que Netanyahu formasse uma nova coalizão.
Nos próximos meses, o direitista deve se tornar o primeiro-ministro a ficar mais tempo no cargo.
A turbulência política começou com uma disputa entre os aliados presumidos de Netanyahu - o ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman, um secularista de extrema direita, e partidos ligados ao judaísmo ultra-ortodoxo - em relação ao recrutamento militar.
Os partidos religiosos não querem que seus jovens estudantes seminaristas ultra-ortodoxos sejam forçados a cumprir o serviço militar obrigatório. Mas Lieberman e muitos outros israelenses querem que eles compartilhem do fardo do dever militar.
Uma nova eleição representaria uma derrota menor para Netanyahu do que sua alternativa, na qual o presidente de Israel, Reuven Rivlin, poderia ter pedido que outro político formasse uma coalizão de governo.
Confrontado com a possibilidade de ter que assistir um de seus rivais políticos em uma posição de protagonismo, Netanyahu angariou votos suficientes para dissolver o Knesset, que tem 120 membros.
(Reportagem de Stephen Farrell e Dan Williams)