JERUSALÉM (Reuters) - Uma manifestação de israelenses de origem etíope contra a brutalidade policial se tornou violenta nesta quinta-feira, e a polícia usou canhões de água para manter a multidão furiosa longe da residência do primeiro-ministro.
Pelo menos 13 pessoas ficaram feridas e dois policiais e cinco manifestantes foram levados ao hospital, segundo o serviço de ambulância.
A polícia disparou jatos de água com mau cheiro e usou granadas de efeito moral para dispersar os manifestantes, que atiraram pedras e garrafas contra dezenas de oficiais de polícia.
A manifestação, que começou como uma marcha pacífica perto da sede da polícia nacional em Jerusalém Oriental, foi convocada depois que um clipe de vídeo surgiu mostrando dois policiais agredindo um recruta do Exército etíope antes de prendê-lo.
Entre as faixas dos manifestantes havia duas que diziam "Chega de violência policial" e "Gestapo" com um emblema da polícia israelense próximo a ele. Os manifestantes gritavam "a polícia é uma vergonha!"
"Estamos protestando contra a brutalidade policial, a polícia está usando força desproporcional contra civis israelenses-etíopes e há muitos casos em que foram espancados pela polícia", disse o manifestante Avi Tesema à Reuters.
A comunidade de judeus etíopes soma cerca de 120 mil pessoas em Israel, que tem população de pouco mais de 8 milhões de habitantes. Eles começaram a se mudar para Israel depois que os principais rabinos determinaram em 1973 que a comunidade tinha raízes bíblicas.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, emitiu um comunicado condenando a violência contra o recruta e pediu calma.