ROMA (Reuters) - A Itália vai se recusar a deixar um navio humanitário com mais de 600 imigrantes atracar em qualquer um dos seus portos e pediu à ilha de Malta que abra suas portas para a embarcação, disse o governo no domingo.
Malta rejeitou o pedido, dizendo que não tem nada a ver com a operação de resgate, abrindo a perspectiva de uma disputa diplomática entre os dois aliados da União Europeia.
A decisão do novo ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, que também é líder da Lega Nord, partido da extrema-direita, representa uma jogada para cumprir suas promessas eleitorais de deter o fluxo de imigrantes entrando no país.
"Malta não acolhe ninguém. A França empurra as pessoas de volta à fronteira, a Espanha defende sua fronteira com armas", escreveu Salvini no Facebook. "A partir de hoje, a Itália também começará a dizer não ao tráfico humano, não ao negócio da imigração ilegal."
"Meu objetivo é garantir uma vida pacífica para esses jovens na África e para nossos filhos na Itália", disse Salvini, usando a hashtag do Twitter "Fecharemos os portos".
A instituição de caridade europeia SOS Mediterranee disse no Twitter no começo do domingo que seu barco de resgate Aquarius já havia resgatado 629 imigrantes, incluindo 123 menores desacompanhados, 11 outras crianças e sete mulheres grávidas.
(Reportagem de Crispian Balmer)