Por Naomi Tajitsu
(Reuters) - O Japão disse nesta segunda-feira que limitará as multidões em Tóquio para evitar uma proliferação maior do coronavírus, cancelando as comemorações do aniversário do imperador e restringindo a Maratona de Tóquio do mês que vem a corredores profissionais de elite.
A disseminação crescente do surto, que começou na China em dezembro e já matou cerca de 1.700 pessoas, está ameaçando grandes eventos públicos e prejudicando a produção e o turismo no Japão.
Uma propagação maior do vírus poderia minar o crescimento e possivelmente levar o país à recessão, dizem analistas.
Citando as "circunstâncias", a Agência da Casa Imperial disse que cancelará o discurso público do aniversário do imperador Naruhito no dia 23 de fevereiro, o primeiro desde sua coroação no ano passado. O evento costuma atrair milhares de pessoas às dependências internas do Palácio Imperial, localizado no centro de Tóquio.
A última vez em que a comemoração do aniversário do imperador foi cancelada foi em 1996, em meio a uma crise de reféns na embaixada japonesa do Peru.
Os organizadores da Maratona de Tóquio, uma das maiores do mundo, dizem que os 38 mil participantes gerais que se inscreveram para a corrida de 1º de março não poderão competir, disse à Reuters uma pessoa a par do assunto.
Ao invés disso, o evento será limitado a competidores de alto nível. Um total de 176 corredores de elite e 30 atletas cadeirantes de elite estão inscritos.
As ações de alguns dos patrocinadores da prova caíram – as da fabricante de relógios Seiko Holdings recuaram 3,5%, como as da fabricante de calçados e equipamentos esportivos ASICS Corp.
A maratona não é o único evento esportivo internacional do Japão que o vírus afetou. O Campeonato Asiático da Fiba (Federação Internacional de Basquete) de 2021 adiou uma eliminatória de basquete entre Japão e China marcada inicialmente para esta semana nos arredores de Tóquio.
Como o número de pessoas infectadas no Japão ultrapassou 400, a maioria delas passageiras de um navio de cruzeiro atracado em Yokohama, um hospital nas cercanias de Tóquio disse que não aceitará novos pacientes depois que um de seus funcionários foi diagnosticado com o vírus.
O hospital de Sagamihara, situado 50 quilômetros a oeste da capital, disse que uma enfermeira se contaminou depois de tratar de um paciente internado que morreu da doença neste mês.