Por Suleiman Al-Khalidi
AMÃ (Reuters) - Forças de segurança da Jordânia prenderam neste sábado os líderes do sindicato dos professores, administrado pela oposição, invadiram seus escritórios e os fecharam por dois anos, intensificando confronto com um grupo que se tornou uma das principais fontes de dissidência.
Os promotores acusaram Nasser Nawasreh, chefe interino do Sindicato dos Professores da Jordânia, de incitamento por causa de um discurso a apoiadores na quarta-feira passada que criticou o governo do primeiro-ministro Omar al Razzaz. A mídia estatal informou que outras acusações estão relacionadas a alegações de irregularidades financeiras e administrativas.
Houve reforços do policiamento de choque no sábado perto da sede do governo na capital e em outras áreas onde professores ativistas planejavam protestos. As forças de segurança invadiram as sedes do sindicato na cidade de Karak.
A oposição política é frequentemente marginalizada na Jordânia, mas protestos foram intensificados nos últimos anos devido à queda nos padrões de vida, corrupção e ritmo lento das reformas políticas.
A repressão de sábado ao sindicato "agravará ainda mais as tensões políticas em um momento em que as pessoas estão sufocadas sob difíceis condições econômicas", disse Murad Adailah, chefe da Frente de Ação Islâmica, o maior partido da oposição.
O sindicato, com 100.000 membros, entrou em greve no ano passado, fechando escolas na Jordânia por um mês, em uma das mais longas e perturbadoras greves do setor público na história do país. Nas últimas semanas, sua liderança acusou o governo de não cumprir um acordo assinado em outubro passado que encerrou a greve.
Políticos da oposição dizem que o governo está usando as leis de emergência promulgadas em março devido ao coronavírus para limitar os direitos civis e políticos. Ativistas foram presos nas últimas semanas por comentários nas redes sociais.