CAIRO (Reuters) - Um jornalista da Al Jazeera que está sob julgamento no Egito entrou com um processo contra a emissora de TV em um tribunal canadense, acusando a empresa de negligência e pedindo 100 milhões de dólares em indenização, disse sua advogada nesta segunda-feira.
Mohamed Fahmy, que passou mais de 400 dias em uma prisão no Cairo acusado de ajudar uma organização terrorista, sugeriu que as ações da Al Jazeera o levaram à prisão. A emissora não comentou imediatamente.
Fahmy e outro jornalista da Al Jazeera, Baher Mohamed, foram originalmente condenados a entre 7 e 10 anos de prisão por acusações que incluíram espalhar mentiras para ajudar uma "organização terrorista", numa referência à Irmandade Muçulmana.
Peter Greste, um colega australiano que foi sentenciado com os dois, foi posteriormente libertado e deportado no começo deste ano. Os três negam as acusações. Em janeiro, um tribunal determinou que seja feito um novo julgamento, por conta de falhas processuais.
Fahmy é naturalizado canadense e abriu mão de sua cidadania egípcia.
Em entrevista coletiva no Cairo, a advogada de Fahmy, Joanna Gialason, disse que o processo pede que o tribunal declare a Al Jazeera negligente em sua conduta em relação ao jornalista. A ação ainda solicita o pagamento de 100 milhões de dólares de indenização pelo papel que a emissora teria desempenhado na condenação e prisão de Fahmy.
(Reportagem de Stephen Kalin)