Por Ece Toksabay
ANCARA (Reuters) - Dezoito jornalistas turcos foram acusados de espalhar propaganda terrorista por publicar uma foto de uma autoridade do Judiciário ameaçada com uma arma por militantes radicais de esquerda, em março, disse a mídia local, aumentando as preocupações sobre o histórico da liberdade de imprensa na Turquia.
A promotoria pediu penas de prisão de até sete anos e meio cada para jornalistas de nove publicações, acusando-os de tentar retratar uma organização terrorista como sendo "forte e capaz o suficiente para qualquer ação", de acordo com informações divulgadas.
A imagem de militantes apontando uma arma para a cabeça do promotor de Istambul Mehmet Selim Kiraz, que mais tarde foi morto em um tiroteio, foram amplamente difundidas online.
Autoridades turcas inicialmente ordenaram que Facebook, Google e outros sites a removessem, desencadeando acusações de acadêmicos e grupos de direitos humanos de que o governo estava promovendo uma onda repressiva autoritária.
Can Dundar, editor-chefe do jornal Cumhuriyet, e um dos jornalistas acusados, disse que sua intenção com a foto era retratar a face sombria do terrorismo. Jornalistas e editores dos jornais Millet, Sok, Posta, Yurt, Bugün, Ozgur Gundem, Aydinlik e Birgun também foram arrolados na acusação, e todos se declararam inocentes, informou a imprensa nesta quarta-feira.
A promotoria pediu penas de prisão que vão de 18 meses a 7 anos e meio na acusação formalizada na terça-feira, de acordo com os relatórios.
Em janeiro, o presidente Tayyip Erdogan disse que os jornalistas turcos eram mais livres do que quaisquer outros na Europa. No entanto, as autoridades têm usando com frequência leis antiterrorismo, cujo campo de abrangência é bastante vago, para processar repórteres. Dezenas ainda enfrentam uma ação legal por cobrirem um escândalo de corrupção que envolvia os assessores mais próximos de Erdogan, em dezembro de 2013. OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20150805T132914+0000