Por Pilar Suárez
SANT CUGAT, Espanha (Reuters) - Nascido sem o antebraço direito devido a um problema genético raro, David Aguilar criou um braço protético robótico para si mesmo com blocos de Lego.
Aguilar, espanhol de 19 anos que estuda bioengenharia na Universidade Internacional da Catalunha, já está usando o quarto modelo da prótese colorida, e seu sonho é criar membros robóticos acessíveis para aqueles que necessitam.
Antes seus brinquedos favoritos, os blocos de plástico se tornaram o material do primeiro e ainda muito rudimentar braço artificial que Aguilar construiu aos 9 anos, e cada versão nova lhe dava mais capacidade de movimento que a anterior.
"Quando era criança ficava muito nervoso diante dos outros meninos porque era diferente, mas isso não me impediu de acreditar em meus sonhos", disse Aguilar, que é natural de Andorra, um pequeno principado entre a Espanha e a França, à Reuters.
"Queria... me ver no espelho como vejo os outros caras, com duas mãos", disse ele, que só usa o braço artificial ocasionalmente e é auto-suficiente sem ele.
Todas as versões estão à vista em seu quarto no dormitório da universidade dos arredores de Barcelona. Os modelos mais recentes trazem a sigla MK e um número -- uma homenagem ao super-herói Homem de Ferro e suas armaduras MK.
Aguilar, que usa peças de Lego fornecidas por um amigo, exibiu com orgulho um braço robótico vermelho e amarelo totalmente funcional que construiu aos 18 anos, dobrando-o na junta do cotovelo e flexionando a garra enquanto o motor elétrico interno zumbia.
Um vídeo publicado em seu canal de YouTube, no qual usa o apelido "Hand Solo", informa que seu objetivo é mostrar às pessoas que nada é impossível e que a deficiência não pode contê-las.
Depois de se formar na universidade, ele quer criar soluções protéticas acessíveis para as pessoas necessitadas.
"Eu tentaria lhes dar uma prótese, mesmo que fosse de graça, para fazê-las se sentirem normais, porque o que é normal, certo?".