Por Jack Queen
(Reuters) - Um juiz do Estado norte-americano da Geórgia disse nesta quarta-feira que está “muito cético” de que Donald Trump e outros 18 co-réus possam ser julgados juntos já no mês que vem, em um amplo processo criminal que os acusa de conspirar para reverter a derrota eleitoral de 2020 do ex-presidente dos EUA.
O juiz do Tribunal Superior do Condado de Fulton Scott McAfee deu aos promotores dez dias para explicar como eles “poderiam manter esses réus juntos” com uma montanha de questões jurídicas pendentes e um prazo para um julgamento rápido já no próximo mês.
As observações feitas durante uma audiência em Atlanta ressaltam o desafio de levar tantas pessoas a julgamento já em 23 de outubro, como os procuradores dizem que pretendem fazer apesar das objeções de alguns dos réus.
A audiência envolveu propostas de Sidney Powell e Kenneth Chesebro, que já foram advogados de Trump, para separar seus processos dos demais e realizar julgamentos individuais o mais rapidamente possível.
“Não pode haver um julgamento de 19 pessoas”, disse Scott Grubman, advogado de Chesebro.
Trump, o favorito à nomeação presidencial republicana para as eleições de 2024, foi indiciado em agosto em uma acusação alegando que ele e os co-réus conspiraram para pressionar as autoridades eleitorais da Geórgia a reverter sua derrota para o presidente democrata Joe Biden.
Trump e os outros réus se declararam inocentes.
Os promotores disseram na quarta-feira que pretendem convocar mais de 150 testemunhas ao longo de pelo menos quatro meses, sem incluir a seleção do júri.
McAfee decidiu que Powell e Chesebro poderiam ser julgados separadamente dos outros réus, mas não um do outro. Ele ainda não decidiu se os 17 réus restantes se juntarão a eles.
Vários réus apresentaram moções semelhantes pedindo a separação de seus julgamentos, e alguns estão tentando transferir seus casos do tribunal estadual para o federal. Outros disseram que não estariam prontos para julgamento em outubro.
A complexidade decorre, em parte, da decisão da promotora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, de apresentar acusações de extorsão, o que permite aos promotores encurralar grandes grupos de réus com conexões fracas, vinculados apenas por um propósito comum.
Powell e Chesebro, por exemplo, nunca se conheceram. Seus advogados argumentaram na quarta-feira que seria injusto agrupá-los porque são acusados de condutas não relacionadas.
Os promotores responderam que todos os réus estão implicados no mesmo esquema para anular os resultados eleitorais da Geórgia.
(Reportagem de Jack Queen)