QUITO (Reuters) - Um juiz equatoriano ordenou a prisão de um cidadão sueco que, de acordo com o governo do país, tem laços com o Wikileaks, até que ele seja julgado por seu suposto envolvimento em uma invasão dos sistemas computacionais do governo, informou a procuradoria neste sábado.
Ola Bini, que mora no Equador há cinco anos, foi preso no aeroporto de Quito na quinta-feira, quando se preparava para embarcar num voo para o Japão, depois de a ministra do Interior ter declarado que três estrangeiros haviam vazado informações privadas ligadas ao país sul-americano.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que o Equador cancelou o asilo de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, que vivia na embaixada do país em Londres desde 2012, evitando assim uma possível extradição para os Estados Unidos, onde ele é acusado de conspirar para invadir computadores.
Recentemente, o presidente equatoriano, Lenin Moreno, acusou o WikiLeaks e Assange de violações à privacidade pela publicação de fotos familiares privadas. O Wikileaks nega tais acusações, alegando que Moreno tenta distrair a atenção de suspeitas de corrupção contra si.
Bini, um desenvolvedor de softwares de 36 anos, trabalha para o Centro de Autonomia Digital, sediado em Quito, uma organização focada em segurança cibernética e privacidade de dados. Bini visitou Assange na embaixada ao menos 12 vezes nos últimos anos, segundo disse na sexta-feira a ministra do Interior equatoriana, Maria Paulo Rolo, em uma entrevista para uma TV local.
(Por Alexandra Valencia)