SÃO PAULO (Reuters) - O juiz federal Sergio Moro prorrogou nesta sexta-feira a prisão temporária de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, e disse que Oliveira e Silva admitiu em depoimento ter recebido dinheiro de um lobista delator na operação Lava Jato que fez acusações contra o ex-ministro.
No despacho em que decretou a prorrogação da prisão do irmão de Dirceu e de outras duas pessoas, também presas no âmbito da Lava Jato, Moro afirmou que, segundo a Polícia Federal, Oliveira e Silva admitiu ter recebido pagamentos mensais em espécie de 30 mil reais do lobista Milton Pascowitch.
"Embora o depoente alegue que não conhecia a origem ou o motivo dos pagamentos", escreveu Moro em seu despacho.
O irmão de Dirceu era sócio do ex-ministro na empresa JD Consultoria e disse à PF que prestava "serviços administrativos" à empresa, ficando o trabalho de consultoria a cargo do irmão.
"Também admitiu aparentemente que pagamentos efetuados por empreiteiras após a condenação de José Dirceu não teriam sido efetuados a título de consultoria, como anteriormente afirmava a empresa JD em sua defesa, mas a título de 'auxílio'", acrescentou o juiz.
Ainda em seu despacho, Moro disse que a prorrogação da prisão temporária por mais cinco dias é necessária "para permitir o melhor exame do material apreendido e a realização de novas diligências sem a perturbação da prova".
(Reportagem de Eduardo Simões)