Por Andy Sullivan e Jan Wolfe
WASHINGTON (Reuters) - Paul Manafort, ex-gerente de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi condenado nesta quarta-feira a cerca de 3 anos e meio de prisão por acusações derivadas do inquérito do procurador-especial Robert Mueller sobre o papel da Rússia na eleição dos EUA de 2016, e a juíza ainda lhe deu um sermão sobre suas mentiras e seu comportamento criminoso.
A pena da juíza Amy Berman Jackson, de Washington, se soma a outra condenação imposta por um juiz da Virgínia na semana passada, o que significa que, no total, Manafort passará 6 anos e 9 meses preso depois de descontados os 9 meses que já cumpriu enquanto os casos transcorriam.
A juíza Amy atribuiu uma pena de 6 anos e 1 mês a Manafort devido a duas acusações de conspiração ligadas a lavagem de dinheiro, lobby ilegal e tentativa de influenciar testemunhas, cuja culpa ele assumiu em setembro de 2018.
Ela disse que 2 anos e meio de sua sentença serão concomitantes à pena da Virgínia, onde lhe foram imputados 47 meses de prisão depois que ele foi condenado por um júri por sonegação fiscal e fraude bancária em outro caso processado por Mueller.
Os problemas legais de Manafort aumentaram quando o procurador-geral de Manhattan anunciou um indiciamento separado do réu, acusando-o de fraude hipotecária e outros crimes no Estado de Nova York.
Manafort, consultor político republicano veterano que ganhou milhões de dólares trabalhando para políticos pró-Rússia da Ucrânia, não mostrou nenhum remorso ao ouvir a sentença do outro caso, na quinta-feira.
"Lamento o que fiz e todas as atividades que nos trouxeram aqui hoje", disse Manafort à juíza Amy nesta quarta-feira.
"Este caso já tirou tudo de mim – minhas propriedades, meu dinheiro, meu seguro de vida, poupanças para meus filhos e netos e até mais", acrescentou.
(Reportagem adicional de Karen Freifeld, em Nova York)