Por Blake Brittain e Nate Raymond
WASHINGTON (Reuters) - Um tribunal federal de apelações dos Estados Unidos suspendeu nesta quarta-feira a juíza Pauline Newman de julgar novos casos em meio a um conflito cada vez mais profundo sobre a competência mental da jurista de 96 anos de idade para atuar.
Um conselho de juízes do tribunal de Washington, DC, afirmou por unanimidade que Newman não cooperou com uma investigação sobre sua aptidão física e a impediu de julgar novos casos por pelo menos um ano ou até que ela se submeta a exames médicos ordenados pelo tribunal.
"Temos plena consciência de que esse não é um ponto final adequado para a carreira exemplar e histórica da juíza Newman", disse o conselho, mas acrescentou que não tinha escolha quando "uma juíza desta corte não é mais capaz de desempenhar as funções de seu cargo judicial".
Uma disputa interna tão pública e contenciosa sobre competência é altamente incomum no Judiciário federal. Newman defendeu sua aptidão, citando os pareceres de dois médicos, e entrou com uma ação em um tribunal separado de Washington, buscando mover ou interromper a investigação.
O advogado de Newman, Greg Dolin, disse que o conselho estava "ignorando dados, informações ou opiniões que são inconsistentes com seus objetivos e resultados predeterminados", e que a juíza contestará a ordem e continuará a pressionar suas reivindicações no tribunal.
Um representante do tribunal federal não quis comentar.
Newman, uma figura altamente respeitada, foi nomeada pelo presidente Ronald Reagan em 1984 e é a juíza federal mais antiga em atividade nos Estados Unidos.