Por Sarah N. Lynch
WASHINGTON (Reuters) - Uma juíza federal definirá nesta segunda-feira uma data de início para o julgamento de Donald Trump sob acusações de que o ex-presidente dos Estados Unidos tentou reverter o resultado das eleições de 2020 para se manter no poder.
O processo criminal instaurado em Washington pelo procurador especial Jack Smith é um dos quatro que Trump, o candidato favorito à indicação presidencial republicana para as eleições de 2024, enfrenta atualmente e o que aborda de forma mais ampla a sua tentativa de reverter a derrota para o democrata Joe Biden.
Trump, que na quinta-feira compareceu a uma prisão da Geórgia para enfrentar acusações criminais estaduais por tentar reverter sua derrota no Estado, não deve comparecer à audiência desta segunda-feira.
Trump já atacou a juíza distrital Tanya Chutkan, ao afirmar, sem provas, que ela é tendenciosa contra ele. O ex-presidente retratou todos os quatro processos criminais como tentativas de impedi-lo de retornar ao poder.
O gabinete de Smith propôs iniciar o julgamento em 2 de janeiro de 2024, cerca de 11 meses antes do dia da eleição, e previu que levaria de quatro a seis semanas. Os advogados de Trump pediram a Chutkan que o julgamento seja adiado até abril de 2026.
"O interesse público reside na justiça e em um julgamento justo, não em um julgamento precipitado", escreveram os advogados de Trump na sua moção.
Os advogados de Trump têm reclamado que os 11,5 milhões de páginas de evidências do governo levarão tempo para serem analisados, dizendo que se as páginas fossem empilhadas, elas se elevariam bem acima do Monumento de Washington e equivaleriam à leitura de "Guerra e Paz", de Liev Tolstói, "78 vezes" por dia, todos os dias, a partir de agora até a seleção do júri.
Os promotores do gabinete do procurador especial Smith dizem que tais comparações "não são úteis nem esclarecedoras".
Um grande desafio logístico que Trump e sua equipe jurídica enfrentam é como agendar datas de julgamento em quatro casos criminais enquanto o ex-presidente faz campanha pelo retorno à Casa Branca.
Trump já tem marcado para 25 de março de 2024 um julgamento em que enfrenta acusações estaduais de ocultar um suborno a uma estrela pornô, embora o promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, tenha indicado anteriormente que está disposto a consultar outras autoridades para resolver conflitos de agendamento.
Trump também deve ir a julgamento na Flórida em 20 de maio de 2024 por outras acusações federais também apresentadas por Smith, alegando que ele reteve ilegalmente documentos confidenciais após deixar a Casa Branca e tentar obstruir a Justiça.