WASHINGTON (Reuters) - Uma juíza dos EUA suspendeu temporariamente nesta sexta-feira uma ordem de silêncio parcial, que havia imposto, para limitar declarações públicas de Donald Trump sobre processo criminal federal em que ele está sendo acusado de tentar, ilegalmente, desfazer sua derrota nas eleições presidenciais de 2020.
Agindo no mesmo dia em que um juiz do estado de Nova York multou Trump em 5.000 dólares por violar determinação de silêncio em um julgamento civil, a juíza distrital Tanya Chutkan, em Washington, suspendeu a ordem que emitiu no início da semana, enquanto considera o pedido do ex-presidente por uma pausa mais longa enquanto contesta a ação.
Os advogados do ex-presidente pediram na sexta-feira a Chutkan que suspendesse as restrições, enquanto ele pede a um tribunal de recursos que anule uma ordem da juíza que eles chamaram de "excessivamente ampla".
Chutkan proibiu na segunda-feira Trump de fazer declarações públicas que “tivessem como alvo” o procurador especial Jack Smith, que está processando o caso, e membros de sua equipe. A determinação também proíbe Trump de fazer comentários depreciativos sobre os funcionários do tribunal e as potenciais testemunhas do caso.
No passado, Trump chamou Smith, que foi nomeado conselheiro especial pelo procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, de “lunático perturbado” e “bandido”, entre outros insultos. Trump enfrenta quatro processos criminais e fez comentários depreciativos sobre os promotores de cada um deles, bem como contra o procurador-geral do Estado de Nova York, que apresentou acusações de fraude civil contra o ex-presidente.
Trump se declarou inocente das acusações de que planejou interferir ilegalmente na contagem de votos e bloquear a certificação do Congresso de sua derrota em 2020 para o democrata Joe Biden.
(Reportagem de Andrew Goudsward; texto de Kanishka Singh)