Por Joseph Ax
NORRISTOWN (Reuters) - Promotores da Pensilvânia prometeram apresentar recurso pela condenação do comediante Bill Cosby por abuso sexual, depois que um júri não chegou a um veredicto unânime neste sábado, mesmo após 52 horas de deliberações.
O juiz Steven O'Neill, do Montgomery County Court of Common Pleas, declarou nulo o julgamento após uma nota dos jurados dizendo que eles estavam sob um impasse no caso de abuso sexual triplamente qualificado.
O resultado foi uma vitória para Cosby, de 79 anos, que poderia pegar anos de prisão por supostamente ter drogado e abusado de Andrea Constand em sua casa perto da Filadélfia, em 2004. Mas promotores anunciaram que imediatamente entrariam com recurso para um segundo julgamento, que, de acordo com o juiz, pode começar em quatro meses.
“Ela tem direito a um veredicto neste caso”, afirmou o promotor Kevin Steele, do condado de Montgomery, em coletiva de imprensa.
O porta-voz de Cosby, Andrew Wyatt, disse a repórteres que o resultado do julgamento “restaurou” o legado de seu cliente.
Contudo, a reputação de Cosby permanece em cacos, depois de uma série de acusações de abuso sexual por cerca de 60 mulheres, que acabou com a imagem de “Pai da América” que ele cultivou durante o programa de comédia na TV “The Cosby Show”, na década de 1980.
A reclamação de Constand foi a única que virou um processo criminal, já que muitos outros casos eram tão antigos que já prescreveram.
O réu não teve reação visível no tribunal. Enquanto repórteres deixavam a corte, várias outras vítimas de Cosby, algumas aos prantos, esperavam para abraçar Constand, que sorriu e manteve sua compostura.