Por Michael Holden
LONDRES (Reuters) - Julian Assange, fundador do WikiLeaks, foi condenado por um tribunal britânico nesta quarta-feira a passar 50 semanas na prisão por não comparecer a um tribunal, depois de sair sob fiança, ao se esconder na embaixada do Equador em Londres durante sete anos até a polícia prendê-lo no mês passado.
Assange buscou refúgio na embaixada em junho de 2012 para evitar uma ordem de extradição à Suécia, resultante de uma alegação de estupro que ele nega.
Seu advogado argumentou que se tratou de um ato de desespero para evitar ser encaminhado aos Estados Unidos, onde enfrentaria uma ação devido à divulgação de milhares de informações diplomáticas secretas dos EUA.
Muitos dos documentos se relacionavam a guerras, questões de segurança nacional e de outros tipos, e outros eram avaliações altamente críticas de líderes mundiais como o presidente russo, Vladimir Putin, e a família real saudita. Os EUA o acusaram de conspiração e querem sua extradição.
Mas, ao anunciar o que se aproximou de uma pena máxima, a juíza Deborah Taylor disse que Assange explorou sua posição privilegiada para desprezar a lei e expressar seu desdém pela Justiça britânica.
"Embora possa ter temido o que pode acontecer com você, mesmo assim você tinha uma escolha", disse a juíza a Assange no Tribunal da Coroa de Southwark.
"É difícil cogitar um exemplo mais sério deste delito."