Por Suzannah Gonzales
CHICAGO (Reuters) - O policial branco de Chicago Jason Van Dyke foi considerado culpado de assassinato em segundo grau nesta sexta-feira pelo ataque a tiros em 2014 contra o adolescente negro Laquan McDonald, em um caso que expôs tensões entre a comunidade negra e o departamento de polícia na terceira maior cidade dos Estados Unidos.
Van Dyke, de 40 anos, também foi condenado por 16 acusações de agressão agravada, uma para cada um dos tiros disparados. McDonald, de 17 anos, estava armado com uma faca.
O ex-oficial permaneceu sentado sem expressar emoção conforme o veredicto era lido. O juiz Vincent Gaughan, do condado de Cook, imediatamente revogou fiança e Van Dyke foi escoltado para fora do tribunal.
Ele enfrenta até 20 anos de prisão pela condenação de assassinato em segundo grau e até 480 anos pelas 16 acusações de agressão agravada.
Van Dyke é o primeiro policial de Chicago a enfrentar uma acusação de assassinato por um incidente durante trabalho em décadas. Sua condenação pode acabar com quaisquer possíveis agitações como as que ocorreram em outras cidades nos anos recentes quando policiais brancos tiveram acusações derrubadas por mortes de homens negros a tiros.
“Isto é histórico para Chicago e para casos de condutas policiais irregulares em todo o país. O júri fez o que pôde com a evidência”, disse a reverenda Janette Wilson, da Rainbow PUSH Coalition, uma organização de direitos civis sediada em Chicago.
As mortes em maioria de homens negros desarmados pelas mãos de policiais, algumas capturadas em vídeos, ajudaram a fortalecer o movimento Vidas Negras Importam e se tornaram um assunto na campanha presidencial norte-americana de 2016.
O júri de 12 pessoas, que incluía um membro negro, iniciou deliberações na tarde de quinta-feira.
Um vídeo da câmara do painel, divulgado mais de um ano após o ataque em 20 de outubro de 2014, mostrava o policial atirando em McDonald, que caiu no chão.
O vídeo gerou dias de protestos em Chicago, levou à demissão do superintendente da polícia da cidade e pedidos de renúncia do prefeito de Chicago, Rahm Emanuel.