Por Ed Cropley
JOHANNESBURGO (Reuters) - Um tribunal sul-africano emitiu uma ordem judicial neste domingo que impede o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, de deixar a África do Sul, onde participa de uma reunião da União Africana, até que o juiz aprecie um mandado de prisão internacional emitido contra ele.
Bashir é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional sob a acusação de crimes de guerra e crimes contra a humanidade pelas atrocidades cometidas no conflito do Darfur.
O juiz Hans Fabricuis disse que se Bashir for autorizado a deixar o país, a reputação da África do Sul seria prejudicada, informou a imprensa local. A ordem contra Bashir foi estendida até segunda-feira, quando a Justiça deve tomar uma decisão final em relação ao cumprimento do mandado de prisão internacional.
"Estamos felizes de estar aqui. Não há problema", disse uma autoridade sudanesa à Reuters na reunião, onde Bashir foi visto mais cedo.
O TPI instou as autoridades sul-africanas a deter Bashir. Uma declaração emitida pelo tribunal em Haia pediu a Pretória para "não poupar esforços no sentido de garantir a execução dos mandados de prisão".
O documento diz que os membros do tribunal têm "profunda preocupação" com as consequências negativas se um Estado membro não conseguir contribuir com a detenção de Bashir, que foi indiciado mais de uma década atrás.
Mas prendê-lo na África do Sul parece improvável porque o governo do presidente Jacob Zuma deu imunidade a qualquer líder ou representante que esteja participando da cúpula africana.
(Reportagem adicional de Anthony Deutsch e Thomas Escritt, em Amsterdã)