Por Jarrett Renshaw e Nandita Bose
(Reuters) - A vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris fará campanha no importante Estado de Wisconsin, nesta terça-feira, pela primeira vez como eventual candidata à Presidência, depois que um número suficiente de delegados democratas se comprometeu a endossá-la, abrindo caminho para sua indicação.
Kamala se tornou a provável candidata do partido depois que o presidente norte-americano, Joe Biden, se retirou da campanha de reeleição no domingo, após semanas de disputas no partido e pesquisas internas que mostravam que seu apoio estava desmoronando em uma batalha contra o rival republicano Donald Trump.
Menos de 36 horas depois que Biden manifestou apoio a Kamala Harris, ela garantiu a indicação na noite de segunda-feira ao conquistar o apoio da maioria dos delegados do partido que determinarão a indicação, informou a campanha.
"Esta noite, estou orgulhosa de ter garantido o amplo apoio necessário para me tornar a candidata do nosso partido", disse Kamala na noite de segunda-feira. "Estou ansiosa para aceitar formalmente a indicação em breve."
Uma pesquisa não oficial de delegados feita pela Associated Press mostrou Kamala com mais de 2.500 delegados, bem acima dos 1.976 necessários para vencer uma votação nas próximas semanas. Tecnicamente, os delegados ainda podem mudar de opinião, mas ninguém mais recebeu votos na pesquisa da AP; 54 delegados disseram estar indecisos.
A viagem a Wisconsin oferece outra oportunidade para que a ex-promotora da Califórnia, de 59 anos, reinicie a campanha dos democratas e defenda que ela está mais bem posicionada para derrotar Trump.
Ela deu uma ideia de como planeja atacar Trump na segunda-feira, referindo-se ao seu passado de perseguição a "predadores" e "fraudadores" como promotora distrital de San Francisco e procuradora-geral da Califórnia.
"Portanto, ouçam-me quando digo que conheço o tipo de Donald Trump", disse ela sobre seu rival, que foi considerado responsável por agressão sexual em um tribunal civil. Outros tribunais consideraram que houve fraude em negócios dele, fundação de caridade e universidade particular.
Wisconsin está entre um trio de Estados do Cinturão da Ferrugem, que inclui Michigan e Pensilvânia, amplamente considerados como vitórias obrigatórias para qualquer candidato, e onde Biden estava ficando atrás de Trump.
"Há independentes e jovens que não gostavam das escolhas, e Kamala Harris tem a chance de conquistá-los", disse Paul Kendrick, diretor executivo do grupo democrata Rust Belt Rising, que faz pesquisas de rotina nos Estados decisivos, onde as preferências de voto podem oscilar para qualquer lado.
(Reportagem de Jarrett Renshaw; reportagem adicional de Daniel Trotta)