Por Julien Pretot
PARIS (Reuters) - Imane Khelif, da Argélia, a boxeadora colocada no centro de uma disputa de gênero nos Jogos de Paris, venceu a chinesa Yang Liu para conquistar a medalha de ouro no peso meio-médio de maneira dominante, levando seus torcedores ao delírio nesta sexta-feira.
"Sou uma mulher como qualquer outra mulher. Nasci mulher e vivi como mulher, mas há inimigos do sucesso e não conseguem digerir o meu sucesso", disse Khelif, de 25 anos, numa conferência de imprensa.
Khelif, medalhista de prata no Mundial de 2022, e a boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting estiveram nos holofotes em meio a uma disputa de gênero em Paris que tomou conta das manchetes e foi muito discutida nas redes sociais.
Khelif, que venceu por decisão unânime, é a primeira mulher argelina a conquistar um título olímpico no boxe -- o boxe feminino está nas Olimpíadas desde Londres 2012.
“Estou muito feliz. Este é meu sonho. Oito anos, meu sonho. Sou campeã olímpica, medalhista de ouro. Estou muito feliz. Oito anos eu trabalho”, disse Khelif.
“Oito anos sem dormir. Oito anos cansada. Agora sou campeã olímpica. Estou muito feliz. Quero agradecer a todas as pessoas que vieram me apoiar.”
Janjaem Suwannapheng, da Tailândia, e Chen Nien-chin, de Taiwan, receberam medalhas de bronze.
Khelif e a bicampeã mundial Lin foram desclassificadas do Mundial de 2023 pela Associação Internacional de Boxe (IBA). A organização disse em uma entrevista coletiva durante os Jogos de Paris que um teste de gênero as havia considerado inelegíveis.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) está usando regras de elegibilidade do boxe em Paris que foram aplicadas nas Olimpíadas de 2016 e 2021 e que não incluem testes de gênero.