Por Andrew Osborn e Tom Balmforth
MOSCOU (Reuters) - O Kremlin disse nesta terça-feira que não sabe de onde o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tirou a ideia de que a Rússia retirou a maioria de seus especialistas militares da Venezuela, e disse que eles continuam a trabalhar no país sul-americano aliado.
Trump tuitou na segunda-feira que a Rússia disse aos EUA que retirou "a maioria de seu pessoal" da Venezuela, onde o governo russo mantém laços militares e econômicos estreitos com o presidente socialista Nicolás Maduro.
O comentário causou espanto porque, se for verdade, marcaria um revés considerável para Maduro, que os EUA estão determinados a afastar e que o Kremlin vem defendendo com firmeza.
Mas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que Moscou não manteve contato com Trump sobre o tema, e que Trump aparentemente obteve a informação de reportagens de jornais, o que autoridades russas já negaram, ou de outro local.
"Julgando pela aparência, é uma referência circunstancial a fontes de informação de jornais, porque não houve mensagem oficial sobre isso do lado russo e não poderia haver uma", disse Peskov a respeito do comentário de Trump.
"Realmente há especialistas (russos) fazendo manutenção de equipamentos que foram entregues anteriormente, e esse processo corre de acordo com o plano".
O tuíte de Trump veio na esteira de um artigo publicado pelo Wall Street Journal no domingo segundo o qual a prestadora de serviço de defesa estatal russa Rostec reduziu seu pessoal na Venezuela a somente algumas dezenas, citando uma pessoa próxima do Ministério da Defesa russo.
A Rostec disse que a reportagem exagerou o número de funcionários que tem na Venezuela "dúzias de vezes", que o número de funcionários permanente não muda há anos e que o corpo técnico faz rodízio no país para oferecer manutenção e consertos em equipamentos militares.
A empresa ainda disse que recentemente especialistas técnicos terminaram de fazer manutenção em uma série de aeronaves e que continua comprometida a aprofundar sua cooperação com o Ministério da Defesa venezuelano e a honrar seus compromissos com Caracas.
Peskov disse nesta terça-feira que o Kremlin não sabe o que Trump quis dizer quando afirmou que a Rússia retirou parte do pessoal militar da Venezuela e que não faz ideia a que informação estava reagindo.
(Reportagem adicional de Maxim Rodionov)