Por Tim Reid e Dan Simmons
MILWAUKEE (Reuters) - Cesar Hernández diz que fez milhares de telefonemas desde junho incentivando os latinos do crucial Estado de Wisconsin a apoiarem o candidato presidencial democrata, Joe Biden.
É uma tarefa árdua, admite Hernández, especialmente onde ele mora, no lado sul de Milwaukee, o coração da comunidade latina de Wisconsin. Ele disse que os anúncios em espanhol de Biden no Hulu e no Facebook não estão convencendo os eleitores do bairro, muitos dos quais prefeririam um toque mais pessoal.
"Os latinos não viram quase nada de Biden aqui", disse Hernández, de 25 anos, que trabalha para o Projeto Comparecimento Progressista, um grupo nacional que procura mobilizar eleitores democratas. "Existe muito pouco entusiasmo por ele."
Com a proximidade da reta final para a eleição de 3 de novembro, o apelo ao voto latino se tornou mais urgente para Biden e para o presidente republicano Donald Trump. As duas campanhas estão despejando recursos nos Estados da Flórida e do Arizona, com disputa acirrada, e também em Nevada, cada vez mais disputado também, cujas grandes populações latinas podem determinar os resultados.
Mesmo em Wisconsin, onde 87% da população é branca, os 230 mil eleitores latinos habilitados podem se mostrar essenciais. Trump conquistou o Estado com uma margem de apenas 22 mil votos em 2016.
Uma série de pesquisas recentes mostra Biden à frente em Wisconsin. O site de compilação de pesquisas RealClearPolitics mostra Biden adiante de Trump por uma média de 5,5 pontos percentuais com base em seis sondagens realizadas em setembro.
Trump visitou o Estado cinco vezes neste ano. Sua campanha abriu um escritório no lado sul de Milwaukee, onde lojas de taco autênticas brigam por espaço com serviços de declaração de impostos e uma barbearia portorriquenha. As janelas da sede de campanha estão repletas de adesivos de Trump, e suas prateleiras têm artigos como bonés com o slogan "Latinos por Trump".
A campanha de Biden disse em comunicados à Reuters que suas iniciativas de engajamentos com os latinos de Wisconsin e de todo o país são de uma escala inédita.
Mas entrevistas da Reuters com 30 moradores e ativistas latinos do lado sul de Milwaukee levam a crer que tais esforços podem não estar bastando, o que reflete o que alguns classificam de "falta de entusiasmo" por Biden entre latinos de toda a nação que vem sido notada por institutos de pesquisa e analistas.
Nacionalmente, Biden lidera entre os eleitores registrados que se identificam como hispânicos: 53% disseram que apoiariam o democrata e 30% que votariam em Trump, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos de setembro.
(Reportagem adicional de Chris Kahn em Nova York)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC