Por Michele Kambas
NICÓSIA (Reuters) - O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse nesta quinta-feira que não viu "nenhum segredo" nas reportagens da mídia dos Estados Unidos sobre aparentes ameaças do Estado Islâmico que foram divulgadas pelo presidente Donald Trump na semana passada.
Na segunda-feira duas autoridades dos EUA disseram que Trump revelou informações confidenciais sobre uma operação sendo planejada pelo Estado Islâmico durante encontro com Lavrov, mergulhando a Casa Branca em uma nova polêmica apenas quatro meses após a posse de Trump.
"Tanto quanto me lembro, talvez um mês ou dois meses antes, o governo Trump proibiu o porte de laptops (em voos) de sete países do Oriente Médio, e isso estava diretamente ligado a uma ameaça terrorista", disse Lavrov aos repórteres em Nicósia por meio de um intérprete.
"Se vocês estão falando disso, não vejo nenhum segredo aí", afirmou.
Os comentários desta quinta-feira foram os primeiros do chanceler sobre o tema desde sua reunião com Trump na Casa Branca e da repercussão subsequente sobre o que foi discutido.
O presidente russo Vladimir Putin também rejeitou sugestões qualquer coisa na conversa foi classificada. Ele disse a repórteres na quarta-feira que estava pronto para provar isso, fornecendo ao Congresso uma transcrição da conversa.
Lavrov lembrou uma piada dos tempos soviéticos, quando havia dois jornais principais – o Pravda, que significa 'Verdade', e o Izvestiya, que significa 'Notícia'. A Verdade não é a Notícia, e a Notícia não é a Verdade, dizia a piada.
"Realmente fico com a impressão de que a mídia dos EUA está trabalhando nesta veia."