BUENOS AIRES (Reuters) - Entidades de defesa dos Direitos Humanos foram às redes sociais nesta terça-feira para realizar um protesto com lenços brancos, um símbolo da luta das Mães e Avós da Praça de Maio, marcando o aniversário do golpe de Estado no país, após a suspensão da tradicional marcha por conta da quarentena para frear a propagação do coronavírus.
Muitas janelas, varandas e contas de rede sociais de pessoas e de diversas organizações oficiais exibiram lenços brancos para recordar os 30 mil desaparecidos durante o período de ditadura militar no país (1976-1983) e para reivindicar "memória, verdade e justiça".
"O isolamento preventivo e obrigatório nos impede de marchar hoje para nos cuidarmos. Mas isso não nos impede de relembrar", disse o presidente Alberto Fernández em sua conta no Twitter, onde publicou um vídeo com depoimentos de membros de organizações de direitos humanos, personalidades culturais e da política.
Fernández decretou uma quarentena desde sexta-feira passada até o dia 31 de maio para deter o número de contaminações por coronavírus, que na Argentina infectou 301 pessoas, deixando até o momento seis mortos.
"No dia 24 de março, compartilhe nas suas redes sociais fotos com lenços brancos. Coloque-os em sua varanda, porta ou janela. Sem passeata, mas com memória", disse a convocatória dos organismos que organizaram o ato.
(Reportagem de Lucila Sigal)