NOVA DÉLHI/LONDRES (Reuters) - Liberdade de expressão não pode ser usada para "legitimar a violência", disse a Índia nesta quinta-feira em resposta a reportagens da mídia citando comentários do primeiro-ministro do Canadá sobre a forma como Ottawa lida com os apoiadores de um Estado separado para a comunidade sikh.
A Índia convocou o enviado canadense em Nova Délhi para registrar seu protesto depois que a mídia indiana informou que cartazes emitidos para atos lá e no Reino Unido por apoiadores do grupo sikh também tinham como alvo diplomatas indianos, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
"O assunto foi fortemente discutido com as autoridades canadenses, tanto em Nova Délhi quanto em Ottawa", afirmou Arindam Bagchi. "Cartazes incitando a violência contra diplomatas e nossas instalações diplomáticas são inaceitáveis, e nós os condenamos nos termos mais fortes."
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse, segundo a mídia, que a Índia estava "errada" ao sugerir que ele era brando com os manifestantes. Ele afirmou que há liberdade de expressão, "mas sempre garantiremos que estamos lutando contra a violência e o extremismo em todas as suas formas".
Bagchi disse que a "questão não é sobre liberdade de expressão, mas seu uso indevido para defender a violência, para propagar o separatismo e para legitimar o terrorismo".
No Reino Unido, o ministro das Relações Exteriores, James Cleverly, alertou na quinta-feira contra qualquer ataque à embaixada indiana, dizendo que a segurança da missão indiana é fundamental.
Os comentários de Cleverly seguiram relatos da mídia indiana sobre um pôster que eles disseram ter circulado no Twitter para promover uma manifestação em 8 de julho pelo "Khalistan", um Estado sikh independente que não existe.
(Reportagem de Muvija M e Krishn Kaushik)