Por Polina Nikolskaya
DONETSK, Ucrânia (Reuters) - O líder apoiado pela Rússia da região separatista de Donetsk disse nesta quarta-feira que deseja estabelecer suas fronteiras pacificamente com a Ucrânia, mas reservou-se o direito de pedir ajuda à "grande Rússia".
Denis Pushilin, que dirige a autoproclamada República Popular de Donetsk que foi reconhecida pela Rússia esta semana como independente, disse que era a favor do diálogo com a Ucrânia em primeira instância.
Mas ele afirmou em uma entrevista coletiva que a situação do prolongado conflito havia se tornado crítica e que os separatistas haviam acelerado uma mobilização de forças, na qual homens saudáveis entre 18 e 55 anos foram chamados para lutar.
"Nós venceremos. Com pessoas como esta, venceremos. Com um país como este, com a grande Rússia, que respeitamos e valorizamos", disse ele. "Não temos o direito de perder, ou mesmo de duvidar da nossa vitória".
O reconhecimento pela Rússia da independência de Donetsk e da vizinha República Popular de Luhansk, na segunda-feira, foi declarado ilegal pelos países ocidentais, que impuseram novas sanções contra Moscou.
A medida levou a crise da Ucrânia a uma nova fase, uma vez que os tratados que o presidente russo, Vladimir Putin, assinou na segunda-feira com líderes separatistas fornecem um pretexto legal para a Rússia enviar suas forças em apoio aos separatistas, que atualmente controlam apenas uma fração das duas regiões do leste da Ucrânia que reivindicam.
Perguntado se eles iriam tentar expandir seu território, Pushilin disse: "Ainda não estamos nessa fase, estamos na fase em que as forças inimigas estão na linha de contato e podem avançar para uma ofensiva a qualquer momento".
A Ucrânia nega veementemente as acusações dos separatistas de que está inclinada a recapturar território pela força, e rejeitou uma série de relatos russos e separatistas sobre supostos ataques.
Falando ao lado de Pushilin, Andrey Turchak, membro sênior do partido governista da Rússia, disse que nenhuma força no mundo poderia mudar o resultado legal do reconhecimento da Rússia.
(Reportagem adicional de Andrew Osborn e Alexander Marrow)