TAOS, Estados Unidos (Reuters) - O líder de um grupo armado que está detendo imigrantes ilegais que cruzam do México para os Estados Unidos se vangloriou de que seus membros treinaram para assassinar o ex-presidente Barack Obama e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, disse um agente do FBI em documentos judiciais nesta segunda-feira.
Larry Hopkins, líder do grupo Patriotas Constitucionais Unidos (UCP), cujos membros armados e camuflados afirmam ter ajudado as autoridades dos EUA a deterem cerca de 5.600 imigrantes no deserto do Novo México nos últimos 60 dias, foi preso no sábado graças a uma acusação ligada ao porte de armas.
Em autos apresentados nesta segunda-feira, o FBI disse que quando investigava alegações de "atividades extremistas milícias" em 2017, testemunhas acusaram Hopkins de dizer que o UCP estava planejando assassinar Obama, a ex-candidata presidencial democrata Hillary e o financista George Soros.
O UCP diz que sua presença de dois meses na fronteira visa apoiar a Patrulha de Fronteira dos EUA, que no momento está sobrecarregada por números recordes de famílias centro-americanas postulando asilo.
Vestidos com roupas que lembram uniformes militares e portando armas, seus membros aparecem em vídeos disseminados pelo próprio grupo dizendo a grupos de imigrantes, incluindo mulheres e crianças, que às vezes chegam às centenas, para pararem e esperar agentes de imigração.
Críticos como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) acusam o UCP de serem justiceiros que detêm e sequestram imigrantes ilegalmente se passando por forças da lei.
Hopkins foi preso um dia depois de a governadora democrata do Novo México, Michelle Lujan Grisham, ordenar uma investigação do grupo, dizendo em um tuíte que "intimidar ou ameaçar famílias imigrantes e postulantes a asilo é absolutamente inaceitável e precisa cessar".
Na semana passada, os sites de financiamento coletivo PayPal e GoFundMe proibiram o grupo, citando diretrizes de rejeição à difusão do ódio ou da violência, depois que a CLU classificou o UCP como uma "milícia fascista".
(Por Andrew Hay em Taos, Novo México)