Por Hyonhee Shin
SEUL (Reuters) - O presidente sul-coreano intensificou as críticas ao embaixador chinês nesta terça-feira, dizendo que o enviado foi desrespeitoso ao sugerir que a Coreia do Sul fez a escolha errada ao ficar do lado dos Estados Unidos contra a China.
O embaixador, Xing Haiming, gerou polêmica na quinta-feira passada quando, em comentários a um político da oposição, alertou a Coreia do Sul contra fazer uma "aposta errada" quando se tratava da rivalidade sino-americana e pediu que o país parasse de "se separar" da China.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul convocou Xing na sexta-feira para emitir um protesto e expressar "forte pesar" pelos comentários que o ministério disse serem "provocativos" e uma possível interferência em assuntos internos.
O presidente Yoon Suk Yeol deixou clara sua desaprovação em uma reunião de gabinete, questionando a abordagem de Xing como diplomata.
"Olhando para a atitude do embaixador Xing, é duvidoso que ele tenha uma atitude de respeito mútuo ou promoção de amizade como diplomata", disse Yoon à agência de notícias Yonhap, citando fontes não identificadas na reunião.
"Nosso povo está descontente com seu comportamento inadequado."
O gabinete de Yoon não comentou imediatamente a matéria da Yonhap, mas uma autoridade presidencial disse que Xing fez comentários "distorcidos" e que o governo estava aguardando "medidas apropriadas" da China.
A Coreia do Sul tem sido uma forte aliada dos Estados Unidos há décadas e abriga cerca de 28 mil soldados norte-americanos, mas desenvolveu extensos laços econômicos com a China nos últimos anos.
O porta-voz do ministério, Wang Wenbin, disse que a China lamentou alguns relatos da mídia sul-coreana que foram "inconsistentes com os fatos" ao relatar os comentários de Xing e o atacarem pessoalmente, mas também enfatizou o benefício de bons laços.
O ministro das Relações Exteriores, Park Jin, disse na segunda-feira que os comentários de Xing violaram a Convenção de Viena que rege os deveres dos diplomatas, incluindo a promoção de relações amistosas.
Quando questionado sobre declarar Xing persona non grata, Park disse que o ministério havia "advertido claramente que ele é responsável por todas as consequências".
(Por Hyonhee Shin e Soo-hyang Choi; reportagem adiconal de Liz Lee)