Por Tiemoko Diallo
BAMAKO (Reuters) - Soldados que depuseram o presidente do Mali com um golpe de Estado prometeram, nesta quarta-feira, organizar eleições dentro de um prazo "razoável" e logo buscaram conversas com um dos mediadores de forças mais influentes da nação da África Ocidental.
O presidente Ibrahim Boubacar Keita renunciou e dissolveu o Parlamento na terça-feira depois que os amotinados o detiveram a mão armada, o que desestabilizou ainda mais um país vítima de uma insurgência jihadista e assolado por tumultos civis.
Temendo que a queda de Keita após sete anos no poder pudesse desestruturar a região do Sahel, a União Africana e a Comunidade Econômica do Estados da África Ocidental (Ecowas) suspenderam o Mali.
Investidores estavam descartando ações de mineradoras de ouro radicadas em solo malaio. Os amotinados ainda não haviam identificado seu líder, mas o clima na capital Bamako parecia calmo.
Líderes da junta se reuniriam na tarde local desta quarta-feira com Mahmoud Dicko, pastor salafista que entusiasmou manifestantes durante protestos contra Keita realizados nas últimas semanas que atraíram dezenas de milhares de pessoas, disse o porta-voz de Dicko.
Dicko é uma figura política influente, cujo apoio foi visto como crucial para a vitória de Keita na eleição de 2013, mas desde então rompeu com o presidente.
Um porta-voz dos amotinados, que se chamam de Comitê Nacional para a Salvação do Povo, disse mais cedo que estes agiram para evitar mais "caos, anarquia e insegurança".
(Por Tiemoko Diallo em Bamako e David Lewis em Londres; Reportagem adicional de Paul Lorgerie e Tangi Salaun; Bate Felix, em Paris, Michelle Nichols, nas Nações Unidas; e David Lewis, em Londres)