Por Marco Aquino e Matthew Green
LIMA (Reuters) - Líderes indígenas no Peru estão articulando com parlamentares para aprovar um projeto de lei para impedira que pedaços de mata virgem da Floresta Amazônica sejam proibidos para estrangeiros, mas temem que a oposição da indústria do petróleo possa estragar uma rara oportunidade para garantir a votação nesta semana.
Com temores cada vez maiores de que a pandemia do coronavírus devaste comunidades isoladas, o Congresso peruano considera acelerar a votação do projeto para melhor proteger territórios indígenas nas fronteiras com Equador e Brasil.
"Até agora, atividades extrativistas de alto risco foram permitidas nestes territórios", disse Jorge Pérez, presidente da Organização Regional de Povos Indígenas da Amazônia, à Reuters.
"Essa reforma irá garantir as vidas e direitos humanos dos povos não-contatados", disse Pérez em referência às estimadas sete mil pessoas em cerca de 20 grupos na Amazônia peruana e que possuem muito pouca ou nenhuma interação com o mundo exterior.
A preservação de territórios indígenas no Peru e no Equador é vista como crítica para o ecossistema da Amazônia mais ampla, que alguns cientistas alertam está se aproximando de pontos de virada catastróficos devido às mudanças climáticas e à aceleração do desmatamento no Brasil.
Embora o governo do presidente Martínz Vizcarra seja conta o projeto de lei, analistas políticos e parlamentares dizem que o fragmentado Congresso peruano adquiriu um viés populista após as eleições de janeiro e poderia aprovar a legislação.