Londres, 12 mai (EFE).- Dezenas de milhares de pessoas realizam uma manifestação neste sábado em Londres, no Reino Unido, por melhorias nos salários e nos direitos trabalhistas, e pela proteção dos serviços públicos, debilitados após uma década de cortes e medidas de austeridade no Reino Unido.
Com cartazes coloridos, muitos cânticos e palavras de ordem, a multidão formada por famílias e trabalhadores de diversos setores, como professores, enfermeiras, carteiros e outros prestadores de serviços, fez uma passeata pelo centro da capital britânica, partindo de Victoria Embankment, nas margens do rio Tâmisa, até o Hyde Park.
No parque, haverá discursos de líderes sindicais e políticos, entre eles o dirigente trabalhista Jeremy Corbyn, que defenderá os direitos dos trabalhadores diante dos ataques dos conservadores, segundo antecipou o seu partido.
A manifestação foi convocada pela confederação sindical TUC, que pede "Um Novo Pacto" para os trabalhadores, com o aumento do salário mínimo, a proibição dos contratos de "zero horas" - que não oferecem garantias nem direitos - e maior investimento em educação e saúde.
"Há um novo ambiente no país. O povo foi muito paciente, mas agora as pessoas pedem um novo pacto", declarou ao início da passeata a secretária-geral da TUC, Frances O'Grady.
O líder do sindicato de Comunicações, Dave Ward, afirmou que "o mundo do trabalho se transformou em um ambiente de muita pressão, baseado em um mercado flexível e em falsos autônomos", em referência à proliferação de contratos precários e às pessoas que precisam declarar-se como trabalhadores autônomos devido à falta de trabalho permanente.
Por ocasião da manifestação de hoje, a TUC divulgou uma análise que demonstra que "os salários dos empregados estão sofrendo sua maior estagnação na história moderna".
De acordo com esse estudo, depois de dez anos da crise financeira global, os trabalhadores britânicos ganham em termos reais 24 libras (cerca de R$ 116) a menos por semana que em 2008, e não se espera que os salários recuperem os níveis anteriores à crise antes de 2025, quando o trabalhador médio já terá perdido o equivalente a 18,5 mil libras (R$ 89,5 mil).