CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, conclamou nesta terça-feira os países da América Latina e do Caribe a aderirem a uma ação judicial movida pelo México contra o Equador na Corte Internacional de Justiça (CIJ) por causa da invasão da embaixada mexicana em Quito no início do mês.
A ação do México se deu depois de a polícia equatoriana entrar na embaixada mexicana há 10 dias e prender o ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, que havia solicitado e recebido asilo político mexicano.
A prisão, que Obrador criticou como "autoritária", levou o México a suspender as relações diplomáticas com o Equador.
Em seu discurso na cúpula virtual da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) também nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou seu apoio à iniciativa mexicana junto à CIJ e criticou a ação equatoriana na embaixada do México em Quito.
Para Lula, a inviolabilidade absoluta das missões e do pessoal diplomático é um dos pilares do direito internacional que não admite exceções.
"Portanto, absolutamente nada justifica a cena a que assistimos em Quito", disse o presidente brasileiro. "Nossa região já foi vítima do colonialismo e da ação unilateral de grandes potências. Não queremos isso para nossos povos."
"Somos uma região plural. Continuaremos a ter diferenças de visões e opiniões, mas temos, sobretudo, o compromisso de resolvê-las com base no diálogo e na diplomacia. Nesse sentido, vejo como positivo o recurso do México à Corte Internacional de Justiça", acrescentou.
(Reportagem de Raúl Cortés Fernández)