Por Patricia Reaney e Kanishka Singh
(Reuters) - Louis Gossett Jr., o primeiro homem negro a receber o Oscar de melhor ator coadjuvante, morreu aos 87 anos, afirmou um comunicado da família nesta sexta-feira, sem informar a causa da morte.
O vencedor do Oscar teve papéis como um homem escravizado na minissérie de televisão “Raízes” ou um sargento de treinamento pragmático em “A Força do Destino”. Em “Sadat: O Guerrilheiro da Paz”, teve o papel principal, como um líder egípcio que alcança a paz com Israel.
Gossett, que também era produtor, diretor, ativista social e fundador da Fundação Eracism de combate ao racismo, morreu em um centro de reabilitação de Santa Monica, na Califórnia, segundo o jornal Washington Post.
"É com grande pesar que confirmamos que nosso amado pai morreu nesta manhã. Gostaríamos de agradecer a todos pelas suas condolências neste momento. Por favor, respeitem a privacidade da família durante este momento difícil", disse a família do ator em seu curto comunicado.
O ator alto e imponente fez história em 1983 quando se tornou apenas o segundo homem negro, após o ator Sidney Poitier 19 anos antes, a vencer o Oscar. Gossett levou para casa o prêmio de melhor ator coadjuvante pela sua interpretação do sargento Emil Foley, no drama romântico “A Força do Destino”.
"Mais do que tudo, foi uma grande afirmação da minha posição como ator negro”, disse Gossett, sobre o prêmio em seu livro de memórias, “An Actor and a Gentleman”, referência ao título original do filme que lhe rendeu o Oscar, “An Officer and a Gentleman” - Um Oficial e um Cavalheiro, em tradução livre.
No livro de 2010, Gossett escreveu abertamente sobre o racismo que encontrou no início de Hollywood, incluindo ser algemado a uma árvore depois de ser parado por caminhar em Beverly Hills à noite.
Ele também contou a dificuldade que enfrentou para conseguir emprego, a desigualdade salarial em relação aos atores brancos e a amargura e o ressentimento que levaram às batalhas contra as medicamentos e o álcool que ele acabou vencendo.
Gossett deixa dois filhos, Satie e Sharron.
(Reportagem de Kanishka Singh em Washington)