Por Adrian Croft
BRUXELAS (Reuters) - A Líbia está à beira do colapso econômico e as facções rivais do país não conseguem chegar a um acordo político, afirmou o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira.
Bernardino Leon, que há meses tenta mediar um pacto para a criação de um governo de unidade nacional para a Líbia, disse que a ONU está preparando um novo esboço para um possível acordo político que espera entregar às partes em disputa na primeira semana de junho.
Dois governos --um no leste, outro na capital, Trípoli-- lutam pelo controle da nação norte-africana quatro anos após a queda do líder Muammar Gaddafi.
Leon declarou que, na última rodada de conversas no Marrocos, os grupos adversários concordaram com 80 por cento de um acordo e que os negociadores estão trabalhando nos 20 por cento restantes, que são a parte mais difícil.
Os líbios entenderam que a única solução é um entendimento político, mas é difícil dizer se este é possível nas próximas três ou quatro semanas, disse ele em entrevista coletiva em Bruxelas.
Ele alertou que o tempo está acabando para a Líbia.
"A Líbia está à beira do colapso econômico e financeiro. Está diante de enormes ameaças de segurança por causa da guerra civil, mas também... por causa da ameaça do Daesh", disse ele, usando o termo depreciativo em árabe para o Estado Islâmico, que ganhou terreno no país rico em petróleo.