NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O líder de uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana renunciou após uma nova leva de alegações de abuso sexual e uso excessivo da força por parte de suas tropas, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, nesta quarta-feira.
"Hoje aceitei a renúncia de meu representante especial, o senhor Babacar Gaye, chefe da Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas na República Centro-Africana, a Minusca (na sigla em inglês)", declarou Ban aos repórteres na sede da ONU em Nova York.
Gaye, um general do Senegal, apresentou sua renúncia a pedido de Ban. O anúncio veio à tona depois de a Anistia Internacional acusar os soldados pacificadores da Minusca de estuprarem uma menina de 12 anos e matarem um menino e seu pai durante uma operação em Bangui, a capital do país, este mês.
Ban afirmou que Gaye trabalhou "muito honradamente" durante muitos anos, mas que quis "dar um exemplo contundente". Ele planeja prestar esclarecimentos ao Conselho de Segurança da ONU na quinta-feira.
O secretário acrescentou que irá convocar uma reunião especial com todos os enviados da organização, comissários de polícia e comandantes de forças no mesmo dia para ter a certeza de que adotarão a ação apropriada.
Tal ação incluiria a educação e o treinamento para evitar crimes, mas, se estes ocorrerem, uma investigação imediata e profunda deverá ocorrer.
(Por Louis Charbonneau e Michelle Nichols)