Por Andrew Osborn e Natalia Zinets
MOSCOU/KIEV (Reuters) - O líder rebelde pró-Rússia da região separatista no leste da Ucrânia propôs nesta terça-feira substituir a Ucrânia por um novo Estado federal, em comentários que podem minar ainda mais um acordo de paz de 2015 já enfraquecido.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, rejeitou a ideia, descrevendo Alexander Zakharchenko, líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, como parte de um "show de marionetes" controlado pela Rússia para repetir uma mensagem.
A França e a Alemanha, que estão envolvidas em esforços diplomáticos para acabar com a crise na Ucrânia, também condenou a proposta. Entretanto, o Kremlin disse que a opção merece ser analisada, embora tenha se recusado a discutir a questão ou dizer se soube do plano antecipadamente.
Autoridades ucranianas afirmam que a Rússia quer mostrar ao mundo e aos Estados Unidos especificamente, que pode manter a crise em um estado suspenso ou aprofundado se necessário. Um novo enviado norte-americano para a crise da Ucrânia foi nomeado nesse mês e Moscou e Washington provavelmente começarão a se envolver na questão regularmente.
Zakharchenko, que dificilmente teria esperado algo além da rejeição total de Kiev, disse em uma declaração que ele e seus aliados estão propondo o estabelecimento de um novo Estado chamado Malorossiya (Pequena Rússia, em português) com sua capital na Donetsk controlada por rebeldes.
Malorossiya foi o termo usado para descrever faixas da Ucrânia moderna quando faziam parte do império russo nos tempos czaristas e é visto por muitos ucranianos como ofensivo.
A Ucrânia, um país de cerca de 42,5 milhões de pessoas, declarou sua independência de Moscou em 1991.