PEQUIM (Reuters) - É improvável que os principais líderes da União Europeia compareçam a um desfile militar em Pequim, em setembro, para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial, disse nesta sexta-feira o embaixador do bloco na China, acrescentando estar preocupado com a mensagem que o evento vai enviar.
O governo chinês tem mostrado cautela quanto aos países que planeja ver representados no desfile, mas diz ser provável que convide os aliados ocidentais que lutaram ao lado da China durante a guerra.
No entanto, diplomatas disseram à Reuters que o presidente Xi Jinping poderia acabar ficando de pé no palco com poucas autoridades de países ocidentais devido às preocupações dos governos com várias questões, tais como a esperada presença do presidente russo, Vladimir Putin, e tropas russas.
Xi participou de um desfile em Moscou em maio para marcar os 70 anos do fim da guerra na Europa, mas os líderes ocidentais boicotaram o evento de Moscou por causa do papel da Rússia na crise da Ucrânia.
"Não posso falar pelos outros, mas acho improvável que os principais líderes das instituições da União Europeia participem", disse a repórteres o embaixador da UE para a China, Hans Dietmar Schweisgut.
Vários líderes europeus foram convidados, mas até agora não houve nenhuma resposta, ou talvez apenas algumas, acrescentou.
"Deixe-me apenas dizer que uma preocupação que compartilhamos é que, se um evento como esse acontece, inclusive com uma parada militar, a preocupação é: isso realmente envia uma mensagem de reconciliação?", afirmou Schweisgut.
"Será que isso vai ser um evento que será a base para uma região e um mundo mais pacíficos, ou que vai mexer em ressentimentos que poderiam ir em outra direção?"
(Reportagem de Michael Martina)