PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, cujos planos para reformar o sistema de aposentadorias encontram forte oposição da opinião pública, irá renunciar a uma aposentadoria especial presidencial quando ele eventualmente deixar o cargo, informou seu gabinete neste domingo.
De acordo com uma lei que data de 1955, os ex-presidentes franceses têm o direito de sacar uma aposentadoria de cerca de 6 mil euros brutos por mês assim que deixarem o cargo.
Macron renunciará o direito ao benefício e mudará o sistema presidencial para adequá-lo à ampla reforma do sistema previdenciário da França, informou seu gabinete, confirmando uma informação anterior publicada pelo diário Le Parisien.
O presidente, de 42 anos, estará a anos de distância da idade de aposentadoria legal da França, de 62 anos, quando deixar o cargo, mesmo se ele cumprir dois mandatos inteiros de cinco anos cada.
"O presidente da República irá convergir com os pontos universais do sistema planejado para todo o povo da França", afirmou o gabinete de Macron.
"É uma questão de ser coerente e dar o exemplo".
Duas semanas de ações industriais nacionais contra a reforma da Previdência de Macron, que irá acabar com os regimes especiais de aposentadoria para setores como ferrovias, além de aumentar a idade mínima para 64 anos de idade para o recebimento do benefício completo, interromperam os serviços ferroviários no país.