PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, lamentou nesta sexta-feira ter começado a campanha eleitoral tarde, em meio a pesquisas de opinião que mostram uma diminuição da vantagem dele sobre a candidata de extrema-direita Marine Le Pen.
Le Pen subiu nas pesquisas nas últimas semanas e deve enfrentar Macron no segundo turno. Há apenas algumas semanas, a reeleição do presidente era considerada uma certeza.
Macron ainda está à frente nas pesquisas para o confronto do segundo turno em 24 de abril, mas sua vantagem agora está dentro da margem de erro.
"Quem poderia ter entendido seis semanas atrás que de repente eu começasse comícios políticos, que me concentraria em questões domésticas quando a guerra começou na Ucrânia", disse Macron à rádio RTL.
"Portanto, é um fato que entrei (na campanha) mais tarde do que eu desejava", disse Macron, acrescentando que manteve um "espírito de conquista e não de derrota".
Se Le Pen for eleita este mês, seu programa social afastará investidores internacionais, declarou Macron em entrevista ao jornal Le Parisien.
"O programa dela criará desemprego em massa porque afastará investidores internacionais e não se sustentará em termos de orçamento", disse ele.
"Seus fundamentos não mudaram: é um programa racista que visa dividir a sociedade e é muito brutal."
Le Pen disse à rádio France Info nesta sexta-feira: "Emmanuel Macron não conhece meu programa...ele deve pensar que é o de (concorrente de extrema-esquerda) Jean-Luc Mélenchon."
(Reportagem de Dominique Vidalon e Benoit Van Overstraeten)