Por Elizabeth Pineau e Dominique Vidalon
PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, estava sob pressão nesta sexta-feira para encontrar uma saída para a crise que registrou um dos piores episódios de violência nas ruas farncesas em anos devido a um projeto de lei previdênciaria aprovado sem votação no Parlamento.
Em Paris e em muitas cidades do país, equipes de limpeza se depararam com vidros quebrados, latas de lixo carbonizadas e paradas de ônibus destruídas após confrontos violentos durante a noite entre manifestantes vestidos de preto e a polícia. Uma faixa em um caixa eletrônico dizia: "Paris está queimando".
Pelo menos 441 policiais ficaram feridos e 475 pessoas foram presas. Dezenas de manifestantes também ficaram feridos, incluindo uma mulher que perdeu um polegar na cidade de Rouen, na Normandia.
Os atos de protesto que reuniram grandes multidões contra um projeto de lei que aumentará a idade de aposentadoria em dois anos, para 64 anos, foram pacíficos durante o dia.
Mas houve confrontos violentos em todo o país na noite de quinta-feira, com uma delegacia de polícia alvejada na cidade de Lorient, no oeste da França, a entrada principal da prefeitura de Bordeaux incendiada e centenas de incêndios registrados em todo o país.
"Houve violência inaceitável", disse o chefe da confederação sindical CFDT, Laurent Berger, à rádio RTL. "Precisamos acalmar as coisas, antes que haja uma tragédia."
"Para encontrar uma saída, precisamos que o governo e o presidente façam um gesto", acrescentou.
Em entrevista à televisão na quarta-feira, Macron disse que não retirará a lei e que ela prosseguirá conforme o planejado e entrará em vigor até o final do ano.
(Reportagem de Dominique Vidalon, Forrest Crellin, Benoit van Overstraeten, Elizabeth Pineau, Blandine Henault, Thomas Denis)