Por Fanny Potkin
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, disse nesta terça-feira que maior pressão internacional é necessária sobre Mianmar para o país receber de volta refugiados rohingyas, rejeitando uma reivindicação do governo de Mianmar de que havia repatriado uma família de cinco.
“A comunidade internacional precisa colocar maior pressão sobre Mianmar para que possa receber de volta seu próprio povo e garantir sua segurança”, disse Hasina a uma plateia em Londres.
“Mianmar diz estar pronto para receber de volta os rohingyas, mas não está tomando a iniciativa.”
Autoridades da Organização das Nações Unidas dizem que quase 700 mil pessoas, em maioria muçulmanos rohingyas, fugiram do Estado de Rakhine, em Mianmar, para Bangladesh para escapar de uma repressão militar desde agosto, em meio a relatos de assassinatos, estupros e incêndios cometidos por soldados de Mianmar e vigilantes budistas, em ações que a ONU tem comparado com “limpeza étnica”.
Mianmar tem negado quase todas as acusações, dizendo estar realizando uma operação legítima anti-insurgência.
Falando em um evento separado em Londres, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, e a chanceler canadense, Chrystia Freeland, pediram uma investigação significativa sobre atrocidades relatadas.
“As autoridades (de Mianmar) precisam demonstrar que são sérias sobre a segurança e proteção dos rohingyas”, disse Johnson.
Hasina disse que Bangladesh havia enviado os nomes de 8 mil famílias rohingyas para repatriação de Mianmar, mas que Mianmar havia até o momento se recusado a recebe-las.
Mianmar e Bangladesh concordaram em janeiro em completar uma repatriação voluntária de refugiados em dois anos.