ROMA (Reuters) - Cerca de 40 imigrantes morreram no Mediterrâneo no domingo, de acordo com sobreviventes da viagem que chegaram à ilha italiana da Sicília nesta terça-feira, disse uma porta-voz da organização não governamental Save The Children.
As mortes foram relatadas por alguns dos cerca de 240 imigrantes de Gana, Gâmbia, Senegal e Costa do Marfim que chegaram ao porto de Catânia, segundo outra porta-voz da ONG. Três sobreviventes disseram à entidade que dezenas de pessoas caíram no mar ao avistarem a aproximação de um navio mercante, mas morreram afogadas porque não sabia nadar.
O navio mercante maltês resgatou os imigrantes de dois barcos infláveis que tinham partido da Líbia, onde a falta de presença do Estado tem sido aproveitada por traficantes de pessoas que cobram até milhares de dólares de pessoas que buscam uma vida melhor na Europa.
A Save The Children disse que cinco corpos foram levados para o porto de Catânia, mas ainda era incerto se estavam entre os mortos que caíram no mar ou se morreram na embarcação lotada.
Alguns sobreviventes disseram que cerca de 40 pessoas morreram, enquanto outros simplesmente disseram que "muitas" pessoas perderam suas vidas, segundo a porta-voz da Save the Children Giovanna Di Benedetto, adicionando que uma das embarcações infláveis pode ter estourado ou esvaziado por conta do calor do sol. Cerca de 100 pessoas estavam no outro barco, no qual não houve mortes relatadas. Entre os sobreviventes havia pelo menos 32 menores, dentre eles dois entre 5 e 7 anos de idade, informou a ONG.
Cerca de 7 mil imigrantes foram resgatados de barcos lotados no fim de semana e na segunda-feira, e 10 corpos foram recuperados, informou a guarda costeira italiana. Acredita-se que em torno de 1.800 pessoas tenham morrido durante a travessia da África para a Europa neste ano.
(Reportagem de Francesca Piscioneri)